25 outubro 2006

Às Compras e o Merecimento do Povo

Vivemos num Brasil que dizem ser hoje o país da corrupção. Vale então uma pequena análise a ser feita do motivo, que efetivamente nos levou a isso. Qual é a verdadeira importância do voto para os cidadãos? Será que é um mero instrumento de delegação, daquele chamado, poder que emana do povo para umas poucas pessoas que nos “representam”?

Uma vez Pelé disse que “o povo brasileiro não sabe votar”. Uma opinião de consenso nacional é a que Pelé só fala besteira, mas sinto concordar com ele nesse quesito. O brasileiro, realmente não sabe votar. Digo isso, não porque elegemos candidatos ruins, e sim porque não entendemos, muitas vezes, para que esses candidatos são eleitos.

Há muito tempo, ou seja, não é de agora, o congresso nacional vive com problemas em relação à honestidade e compromisso com o povo, suas funções básicas são a de legislar (“fabricar” as leis que regem o nosso país) e fiscalizar o Executivo. Para que um governo consiga realizar suas pretensões e promessas de campanha é necessário, que conte com um congresso de apoio àquelas propostas feitas, para que assim cheguem a ser efetivadas para o povo.

Quando se vota em prefeito, governador e presidente, deve-se ter em mente que não se vota num homem ou mulher, vota-se num projeto, no qual pretendemos que seja alcançado. Existem três poderes que conduzem a nossa sociedade, dois deles são eletivos, portanto quando se vota num presidente e num congressista de oposição, estamos apenas dificultando o trabalho que poderia vir a ser feito. Existe um projeto a ser realizado e ele necessita do maior apoio possível.

Talvez seja esperar demais de uma sociedade sem educação (e um dia acabaremos com isso), o entendimento posto até aqui, com isso tudo, existem poucas maneiras de governar de acordo com suas idéias e com um congresso de oposição. Algumas delas são: fazer alianças que normalmente não seriam feitas, tentar de alguma forma “convencer” alguns a votar a favor do governo ou simplesmente não governar de acordo com seu plano (não fazer nada). A primeira sempre é feita, mas é tal sua ineficiência que mesmo assim é necessário fazer a segunda também.

Portanto, ao exigir tudo do governo, devemos pensar qual é a nossa parcela de culpa ou contribuição. Um dia um professor nos disse que quem cola (ou fila) na prova será um corrupto no futuro, então antes de achar tudo ruim, pense que, no “poder” não estão apenas nossos representantes, como o que está lá é reflexo de nossa sociedade. Qual o nosso merecimento? E qual a nossa culpa em coisas como o chamado “mensalão”?

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Os dois textos nos remete a uma questão importante para a formação do povo. A educação hoje, precisa dar conta do comhecimento, mas também, dos valores. O bolsa família exige a freqüência da criança na escola. O investimento é imediato (supri a fome hoje), mas também é a longo prazo (forma o cidadão do futuro0, descontroi a violência e constroi dignidade coletiva. Crescimento, já dizia um estudante cubano, ainda adolescente, é o povo sentir-se livre e "liberdade para nós é poder olhar o outro nos olhos com dignidade". Tenho fé e esperança nos rumos que o nosso país está tomando. Acredito nessa turminha mais jovem, que gosta de debater e escrever o que pensa. O filosófo alemão Walter Bejamin diz que "quando escrevemos, transformamos o nosso relato em experiência histórica".Parabéns pelo blog. Continuem fazendo contato com este nível de qualidade.

27/10/06

 

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